tag:blogger.com,1999:blog-65213272519877722012024-02-19T22:27:26.259+00:00Chihiro's TalesChihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.comBlogger40125tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-48689696658356521692014-04-20T12:49:00.001+01:002014-04-20T12:49:15.035+01:00De uma presença<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgORSwrIGC4qPfNQk0gDhuwoj15kcQunUFxPIi_j43QYyOtCzHNQ7-gJwePyhhGJLWPGZwbGu6YfyxxdREUdS9JKVokmXpPwpBsScPokZ57OgM120R0KL7cieSsedgmgnSfHgxeKl4Laso/s1600/IMG_20131220_133347.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgORSwrIGC4qPfNQk0gDhuwoj15kcQunUFxPIi_j43QYyOtCzHNQ7-gJwePyhhGJLWPGZwbGu6YfyxxdREUdS9JKVokmXpPwpBsScPokZ57OgM120R0KL7cieSsedgmgnSfHgxeKl4Laso/s1600/IMG_20131220_133347.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
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<br />
Passei quase dois anos vendo-o praticamente todos os dias. O Tâmisa.<br />
<br />
O rio que definiu o que é Londres. O que é Inglaterra. O que é o mundo. <br />
<br />
Sentia-me feliz por poder observar o seu fluxo, de marés misteriosas, guardando o segredos de muitos séculos. De tantas pessoas que já passaram por ali - Tantos amores, tanta ganância, tantos temores. De tantas mudanças e voltas que esse mundo já deu.<br />
<br />
Apoiava-me na balaustrada, sentindo a brisa vinda do mar, de tantas léguas longe e ainda com o distinto cheio de sal. Fechava os olhos e ouvia os murmúrios, das águas e das pessoas, e do rio que continua a correr.<br />
<br />
Abria os olhos e admirava as pontes, e as construções, que hoje formam a sua moldura.<br />
<br />
E isso, mesmo nos piores dos dias, fazia com que eu me sentisse privilegiada.<br />
<br />
Hoje, meus caminhos já não cruzam os dele com tanta frequência. E, não consigo negar, que falta, que falta que a presença dele me faz. <br />
Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-75707451820017751692014-03-23T21:17:00.000+00:002014-03-23T21:17:07.694+00:00RelacionamentoAcontece com todo relacionamento.<br />
<br />
De primeira, você vê o que todo mundo vê: a beleza, a elegância, o charme. Todo mundo fala e você confirma. E se deixa apaixonar, como todo mundo.<br />
<br />
Depois, com o tempo, vai descobrindo outras belezas, aqueles detalhes que só a intimidade revela; aquela curva, aquela sombra, aquele lado que nem é tão perfeitinho mas é adorável. E vai se apossando daquilo como se fosse seu, como um segredo, uma cumplicidade, uma realidade dentro de um sonho.<br />
<br />
Mas um dia, eis que um dia, bate uma luz, bate um momento, e você vê de novo o que te atraiu no começo, e perde o fôlego, e se apaixona tudo de novo, porque mesmo após tantos anos.<br />
<br />
Londres continua linda.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifElzhfLsrqvrqEe20eyn3FCmm6d7X3v64lYjVAv2-rqQbIQAZWDSQbE2lcUEiSp2u25n1Y7h85stkfXvGCbAJVrxswJb0fnbllrwyA3MJ5hjxFYBwWQDZ-G6mNVcGMRKnELCnZpEuDvk/s1600/IMG_20140315_123935.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifElzhfLsrqvrqEe20eyn3FCmm6d7X3v64lYjVAv2-rqQbIQAZWDSQbE2lcUEiSp2u25n1Y7h85stkfXvGCbAJVrxswJb0fnbllrwyA3MJ5hjxFYBwWQDZ-G6mNVcGMRKnELCnZpEuDvk/s1600/IMG_20140315_123935.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
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<br />Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-82090559273976353562014-03-16T20:00:00.001+00:002014-03-17T18:38:30.437+00:00Portugal, eu te...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWXIxitD6sycRJXqd3D32K19dYNTjs4m3aHU08C_wPHEpOS-EzgkXGQwzVjc9H_8xdmfII352VMvKbaZy0em5pU5rnwIGcZiCgFexKfKk56_q-eIhGF6U9mUXt7RkHGyd5_W9Y7LoaIfc/s1600/DSC00017.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWXIxitD6sycRJXqd3D32K19dYNTjs4m3aHU08C_wPHEpOS-EzgkXGQwzVjc9H_8xdmfII352VMvKbaZy0em5pU5rnwIGcZiCgFexKfKk56_q-eIhGF6U9mUXt7RkHGyd5_W9Y7LoaIfc/s1600/DSC00017.JPG" height="240" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
Eu queria ter odiado Portugal. Aquele paisinho distante, e ao mesmo tempo tão próximo. Com aquele sotaque, aquela língua, que parece diferente, mas não é.<br />
<br />
Eu queria ter odiado, odiado muito. Cada estátua, cada referência a um passado de glórias, de conquistas coloniais, me fazia lembrar do sangue dos meus antepassados, e da exploração da minha terra.<br />
<br />
E então vinha um mendigo pedir um euro, me lembrando que tudo não passa disso: Passado.<br />
<br />
E então eu andei pelas ruas do Porto, com seus belos casarões e jardins ensolarados. E então eu me deliciei com as leiterias e restaurantes, e tomei vinho do Porto à beira do rio Douro.<br />
<br />
E eu conversei em Português. Tropecei em termos, e pronúncia, e esbarrei em desconfiança, mas também em gentileza. E foi estranho ser menos estrangeira em uma terra estrangeira.<br />
<br />
E fui feliz. Assim, sem querer, contra a minha vontade. Foi estranho.<br />
<br />
Eu queria ter odiado Portugal.Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-12229420333494563312014-02-16T20:06:00.000+00:002014-02-16T20:06:02.143+00:00O lado B da França<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv1ZfrKL1tJDzxLJR2eOYhhpDQM9mj5HCd2F4PVeC50M1_UCWko66Hw7IA64vV49D8GOY_92K1agNOR-M_eNcHxfdqAGedLNvRFXi2CK9vIafAL-zf72g-DYyPNjhQ4o_jpH901GyYv5o/s1600/DSC00036.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv1ZfrKL1tJDzxLJR2eOYhhpDQM9mj5HCd2F4PVeC50M1_UCWko66Hw7IA64vV49D8GOY_92K1agNOR-M_eNcHxfdqAGedLNvRFXi2CK9vIafAL-zf72g-DYyPNjhQ4o_jpH901GyYv5o/s1600/DSC00036.JPG" height="240" width="320" /></a></div>
Foi a primeira vez que visitei o sul da França. Na verdade, a primeira vez em que estive na França sem ser em Paris.<br />
<br />
A primeira coisa que me impressionou foi o sotaque: Forte, árido, de vogais abertas. Sem essa de fazer biquinho, nem de falar manso, nem de tentar seduzir. O francês de Carcassone era cordial e aberto, sem mistério, sem afetação.<br />
<br />
E depois eu descobri que o francês nem era a primeira língua da região: Eles originalmente falavam a língua <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_occitana" target="_blank">occitana</a>, que ao longo de séculos foi duramente suprimida em favor do francês "civilizado", estando perto da extinção atualmente.<br />
<br />
Sim, porque a história daquela região é uma história de derrota. A fortaleza que foi impenetrável durante séculos, garantindo a prosperidade da cidade-estado como entreposto comercial entre França e Espanha, foi invadida e dominada na época das cruzadas. E a sua população original, denominada de herege e perseguida. E então veio o Estado Francês, com suas regras, suas leis, sua língua e absorveu Carcassonne, que deixou de se governar e passou a ser mais uma cidade a ser sugada por Paris.<br />
<br />
Talvez por isso eu tenha gostado tanto de lá: Apesar do histórico de dominação e derrota, apesar das dificuldades econômicas, da dependência do dinheiro dos turistas, apesar da distância geográfica de quem faz as leis. É um povo amigável, feliz e que indiscutivelmente sabe aproveitar a vida.<br />
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Parece um pouco com um lugar que eu conheço, chamado Bahia.<br />
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<br />Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-2370839508204384962012-06-02T19:42:00.002+01:002012-06-02T19:47:51.159+01:00Roundhead x Cavalier, ou, A Guerra Pela Alma de Uma NaçãoNeste fim de semana, a Rainha Elizabeth II comemora 50 anos de reinado. Por isso, e por diversas outras razões, estive a pensar mais profundamente sobre essa ilhota onde vivo.<br />
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É difícil escolher um ponto específico na história de um país que tem estado perto ou mesmo no centro das coisas desde a época da Roma Antiga. Mas, recentemente, assisti um documentário muito interessante da BBC sobre o período da Guerra Civil Inglesa, que oficialmente aconteceu entre 1642 e 1651.<br />
<br />
Basicamente, foi um conflito sangrento gerado pelo debate de ideias e posturas numa sociedade que se dividiu entre dois grandes grupos:<br />
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De um lado, os chamados Cavaliers, "cavaleiros". Esse era o grupo do protestantismo "light", sem oposição ferrenha aos católicos e às tradições pagãs. Era o grupo dos que defendiam a liberdade individual e o direito de se divertir e se expressar livremente, se exibir, fazer o que der na telha.<br />
<br />
De outro lado, os "Roundheads", os protestantes radicais, que acreditavam em um código moral forte, na organização, na hierarquia, sem "distrações" e sempre pensando no bem coletivo, ao invés da satisfação pessoal. Inclusive, foi essa dedicação e capacidade de organização que fez os Roundheads ganharem a guerra contra os Cavaliers.<br />
<br />
Porém, afirma o documentário, na verdade o conflito continua, de forma sutil.<br />
<br />
Quando os ingleses vão pro pub, ficam bêbados, fazem farra, falam alto? Cavalier.<br />
Quando os ingleses, na segunda-feira, obedecem certinho a fila no ponto de ônibus: Roundhead.<br />
<br />
Quando você vê um inglês na rua, de casaco roxo-berrante, camisa amarelo florescente e tênis vermelho vivo: Cavalier. Quando você descobre que um colega de trabalho ajuda uma instituição de caridade sem nem ao menos falar a ninguém sobre isso: Roundhead.<br />
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Quer um exemplo ilustrativo?<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhY1yrEJk1xIU3Y5V0xIDOmiW5Q5aLUpPLldfQYP97xAHueRFQXVvIZL9L4nJ3xZXXBklZLtoqV7wygPB0suHljSXnK-sSnfdxyu6AlZscqsyGkX69gTTZ6OayBShva0ofQWIuZ269u4CU/s1600/IMG_20120601_131150.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhY1yrEJk1xIU3Y5V0xIDOmiW5Q5aLUpPLldfQYP97xAHueRFQXVvIZL9L4nJ3xZXXBklZLtoqV7wygPB0suHljSXnK-sSnfdxyu6AlZscqsyGkX69gTTZ6OayBShva0ofQWIuZ269u4CU/s320/IMG_20120601_131150.jpg" width="320" /></a></div>
Cobrir a marina de bandeirolas coloridas e patrióticas: Cavalier ao extremo.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR8pfgALCV6x641KBXBOmNQzJ9gKI4jS0OA24zATnOcUlF6lGdfWzUjbW91nf9FMZd2SDhSchhAI65gbva24jHY-c6G-BSshooJ3mpmsN2Rp6lAvlQqVfBmdFNa98yF69d9mf3VemMnl0/s1600/IMG00146-20120529-1940.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR8pfgALCV6x641KBXBOmNQzJ9gKI4jS0OA24zATnOcUlF6lGdfWzUjbW91nf9FMZd2SDhSchhAI65gbva24jHY-c6G-BSshooJ3mpmsN2Rp6lAvlQqVfBmdFNa98yF69d9mf3VemMnl0/s320/IMG00146-20120529-1940.jpg" width="240" /></a></div>
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Achar as olimpíadas uma grande palhaçada e um baita desperdício de dinheiro: puro Roundhead.Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-33558417816712318722012-02-21T17:42:00.001+00:002012-02-21T17:43:09.332+00:00Viena dos meus sonhos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxDRu2W9pV6rXDUmo6432ceehOp4WsLdCL3VUay3xbOrDIWlr2e_ar2MR_NvnDQoFU87oC8ctBAkVnC7u41j8xKuFl-1QOhsm3Vvg84cXoBFQDoInHqv6Kafy_PJftgZhqO7J4vwBt9_0/s1600/DSC09919.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxDRu2W9pV6rXDUmo6432ceehOp4WsLdCL3VUay3xbOrDIWlr2e_ar2MR_NvnDQoFU87oC8ctBAkVnC7u41j8xKuFl-1QOhsm3Vvg84cXoBFQDoInHqv6Kafy_PJftgZhqO7J4vwBt9_0/s320/DSC09919.JPG" width="320" /></a></div>Na escola, a minha matéria preferida era história. E, dentre os tópicos de história, o meu preferido sempre foi a Primeira Guerra Mundial. A que mudou tudo. A que industrializou a guerra. A que acabou com a época da inocência, a "belle epoque".<br />
<br />
Lembro-me de, na infância, ficar intrigada pelos desdobramentos que resultaram na deflagração da Primeira Guerra. O assassinato do Arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do Império Austro-Húngaro. Um império imenso, pulsando no coração da Europa, juntando etnias extremamente díspares sob o domínio da mais tradicional e influente das famílias reais, os Habsburgos.<br />
<br />
Lembro-me de, criança, deitada na cama, olhando o teto e imaginando a capital desse império perdido, no seu auge no século XIX. Dentre neve, prédios imponentes, museus, óperas, casacos de pele e o som da valsa, a rodopiar, a rodopiar... <br />
<br />
Viena já foi o centro do mundo. Foi lá que os grandes poderes juntaram os cacos resultantes das guerras napoleônicas. Foi lá que o destino e o mapa da África foram traçados. E foi lá, na mesma Convenção em 1815, que Portugal deu-se conta de que tinha perdido a voz e a vez como um dos grandes poderes coloniais. A independência do Brasil foi consequência. <br />
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Tudo isso pra dizer que conheci, e não conheci, Viena. Estive lá, e sim, fiquei maravilhada com arquitetura imponente, a elegância das suas ruas, a riqueza de detalhes e de história em cada esquina, em cada museu. Fiquei maravilhada com os tradicionais cafés, os doces vienenses, e a linda iluminação noturna.<br />
<br />
Mas o tempo todo, senti-me como se Viena me escapasse. Tão majestosa, impregnada de cultura, e o tempo curto da viagem escorrendo-me pelos dedos. Queria ver muito mais, queria experimentar muito mais, desvendar-lhe muito mais mistérios e histórias. Por isso, apesar de muito feliz, também me senti muito frustrada.<br />
<br />
Viena, isso não fica assim. Definitivamente, definitivamente, nos veremos de novo.<br />
<br />
Para ver fotos de Viena, clique <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Viena/?albumview=slideshow" target="_blank">aqui</a>.Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-26191807117826402642012-01-04T18:22:00.000+00:002012-01-04T18:22:57.906+00:00Andaluzia, a Espanha que parou no tempo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK3Kdw2jc37sAK5I886Ew0kl3bNo2otWpSSjORzZ5fTt3TmHHY8CWP619OxgqXZpD_6T4ZL4dKfrnWcIQSc8nfhB_0gnTClmTxUo3FLWKsza1GoP4bTKv1pYfJgzHw6s-AdhlIRaqfBag/s1600/DSC00043.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK3Kdw2jc37sAK5I886Ew0kl3bNo2otWpSSjORzZ5fTt3TmHHY8CWP619OxgqXZpD_6T4ZL4dKfrnWcIQSc8nfhB_0gnTClmTxUo3FLWKsza1GoP4bTKv1pYfJgzHw6s-AdhlIRaqfBag/s320/DSC00043.JPG" width="320" /></a></div>Depois de conhecer Bilbao e La Rioja, duas representantes do norte da Espanha, fui parar na Andaluzia, no extremo sul do país. <br />
<br />
Ao invés de florestas e montanhas, uma planície desértica. Ao invés dos frios e elegantes ares europeus, um mar de azul cristalino e um sol de rachar, como se estivéssemos nos trópicos.<br />
<br />
Pode-se dizer que a Andaluzia não é só Espanha, mas sim onde a Espanha é mais Espanha. É o lugar que deu origem ao flamenco e às touradas. É onde as pessoas falam muito, falam alto e riem de forma desbragada, como se todos eles fossem personagens de um filme de Almodóvar.<br />
<br />
E, ao mesmo tempo, vejam só. É tão africana, a Andaluzia. Estamos falando do norte da África, a região dos mouros, o povo que dominou a província por séculos, mas isso foi mesmo quando? Ah, sim, foram embora em 1609. E, no entanto, a influência árabe ainda está lá, na arquitetura, nos mosaicos, na comida, nos nomes dos lugares.<br />
<br />
Por isso, ao percorrer as bucólicas vilas de casas brancas, como Vejer e Conil de La Frontera, a sensação é de voltar no tempo, não apenas algumas décadas como em La Rioja, mas, quem sabe, alguns séculos? Ao contemplar o contraste entre o céu e mar azul, e a aridez amarronzada do deserto, tem-se uma sensação incrível de falta de pressa. Falta de urgência, porque é tão bom parar tudo e apenas curtir o momento, curtir o sol e a brisa preguiçosa, e lá todo mundo está sorrindo, mesmo. <br />
<br />
De volta à Londres, vejo o noticiário econômico. Estatísticas oficiais mostram que o desemprego na Espanha chegou a 25% da população, sendo que essa marca alcança os 60% na Andaluzia.<br />
<br />
Tento assimilar. Sessenta por cento da população não tem emprego. Ah, Andaluzia. Só mesmo rindo pra não chorar.<br />
<br />
Para ver fotos de Vejer, <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Espanha/Andaluzia/Vejer/?albumview=slideshow" target="_blank">clique aqui</a>.<br />
Para ver fotos de Conil de La Frontera, <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Espanha/Andaluzia/Conil/?albumview=slideshow" target="_blank">clique aqui</a>.Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-61129254465763082682011-12-17T18:52:00.002+00:002011-12-17T18:55:16.935+00:00La Rioja, um brinde à Espanha<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJRNxEyRqAQv2C_RLGvMX0YtdVzesPYxVBEZGCY6BhZ-0-wE7-HDoZxFXzgs34fbZkHNr5V_Fz3w8a8lnWl1cWuG-QAZSRQiHRgY-mOgLgrzc6pqi_MOPnPtkJX_wiK-MxeMTo8vpSY3Y/s1600/DSC09889.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJRNxEyRqAQv2C_RLGvMX0YtdVzesPYxVBEZGCY6BhZ-0-wE7-HDoZxFXzgs34fbZkHNr5V_Fz3w8a8lnWl1cWuG-QAZSRQiHRgY-mOgLgrzc6pqi_MOPnPtkJX_wiK-MxeMTo8vpSY3Y/s320/DSC09889.JPG" width="320" /></a></div>Saindo do País Basco, em direção ao sul, dá pra notar claramente a mudança de paisagem. Deixa-se pra trás as montanhas verdejantes, pulsando em florestas coníferas. E entra-se em um território ainda montanhoso, mas mais árido, com matizes pedregosas de cinza e marrom. E a vegetação torna-se rasteira, pequenos arbustos aqui e ali. Agora sim, Espanha. Mais especificamente, a menor província da Espanha, La Rioja.<br />
<br />
Se você gosta de vinho, provavelmente já deve conhecer esse nome. Sim, La Rioja, mesmo tão pequena, produz o vinho mais famoso da Espanha. E quanto orgulho dessa tradição, preservada em inúmeras variedades de uvas e bodegas, famílias que cuidam dos seus parreirais com tanto fervor quanto os seus antepassados.<br />
<br />
O que quase ninguém admite é que a região deve muito aos franceses. Pois sim, La Rioja é atravessada pelo Caminho de Santiago de Compostela, o caminho de devotos que sai do sul da França e vai desaguar no litoral atlântico, na região da Galícia. Dessa forma, no meio do caminho, entre rezas e promessas, vieram as tecnologias e práticas que ajudaram muito a desenvolver o processo de produção e conservação dos vinhos, que hoje são um dos principais produtos de exportação espanhóis. <br />
<br />
La Rioja não tem a urbanidade cosmopolita de Bilbao. Mesmo a sua capital, Logroño, tem um ar de cidade pequena, provinciana. Suas ruas são estreitas, seus bares ficam lotados à noite, de segunda a segunda, servindo uma variedade incrível de vinhos e tapas. Quase não se vê pessoas apressadas, carregando notebooks e smartphones. E sim, tudo fecha na hora da siesta.<br />
<br />
Como se o mundo ainda tivesse aquela cadência tranquila de 50 anos atrás. Como se ainda pudéssemos apreciar a vida com a calma e deleite de quem toma uma boa taça de vinho. É compreensível, mas infelizmente não me admira que os espanhóis estejam ficando para trás em um mundo altamente competitivo e globalizado.<br />
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Tim-tim.<br />
<br />
Para ver fotos dos vinhedos, <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Espanha/La%20Rioja/Vinhedos/" target="_blank">clique aqui</a>.<br />
Para ver fotos de Logroño, <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Espanha/La%20Rioja/Logrono/" target="_blank">clique aqui</a>.Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-15114147694836508832011-12-05T17:20:00.001+00:002011-12-05T17:41:48.224+00:00Bilbao, a Espanha que não é Espanha<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjv2Y6SKgzPQ1cjdyS67uZl0bc848ssscqncOAYNTrivbu4p2O4llTQSz8z7b_QlnDh1YK1ETRjWKiJrQRlr40dVTiGViQMol1HbKXfCQ579facgSfqG-8VQ6RILXBEoDNkNYKA4cWo0kk/s1600/Bilbao.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="255" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjv2Y6SKgzPQ1cjdyS67uZl0bc848ssscqncOAYNTrivbu4p2O4llTQSz8z7b_QlnDh1YK1ETRjWKiJrQRlr40dVTiGViQMol1HbKXfCQ579facgSfqG-8VQ6RILXBEoDNkNYKA4cWo0kk/s320/Bilbao.jpg" width="320" /></a></div>
Bilbao foi onde pisei pela primeira vez em solo espanhol. Quer dizer, Espanha, apenas oficialmente, já há alguns séculos, mas sem convicção, pois Bilbao é a capital do seu próprio país, o País Basco. País esse que sobrevive em tudo, menos em nome.<br />
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A etnia basca, com sua língua cheia de consoantes e acentos improváveis, ninguém sabe de onde veio. Não são parentes de povo nenhum da Europa. O que se sabe é que, muito antes da Espanha ser Espanha, já existia o País Basco. Naquela trincheira verde e montanhosa no norte da Península Ibérica, fazendo negócios e prosperando. E tentaram dizimá-los, proibiram a sua língua, mas qual o quê. A impressão que dá é que a Espanha vai passar, e o País Basco vai ficar.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Fiquei apenas algumas horas em Bilbao. Vi a fachada do belíssimo Museu Guggenheim, passeei um pouco à beira do rio. Andei até a Cidade Velha, com suas ruas escuras, que ainda guardam uma pesada e, por isso mesmo, encantadora atmosfera. E, mesmo que por algumas horas, amei Bilbao, tão exótica e ao mesmo tempo tão familiar, com seus ares de metrópole sofisticada e europeia. Sim, europeia. Mas espanhola, não.<br />
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Para ver fotos de Bilbao, clique <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Espanha/Bilbao/?albumview=slideshow" target="_blank">aqui</a>.Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-39092428822571893292011-11-02T20:47:00.000+00:002011-11-02T20:47:28.243+00:00Bruxelas, je t'aime<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8IVW5mTGZMKUeL7-Hd8UJnRjX8tNdiVplsjAc1vuUA3GlUAdqu62bd-0M3aINj2Ufv2R2-S5fxbOTtFi7oDxDkydbjqz4YPfSdS801fuGTO7O9TDblagGJsFrvy9HqgKpRw9ii4ducqk/s1600/DSC00194.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8IVW5mTGZMKUeL7-Hd8UJnRjX8tNdiVplsjAc1vuUA3GlUAdqu62bd-0M3aINj2Ufv2R2-S5fxbOTtFi7oDxDkydbjqz4YPfSdS801fuGTO7O9TDblagGJsFrvy9HqgKpRw9ii4ducqk/s320/DSC00194.JPG" width="320" /></a></div>Devo confessar que não estava com muitas expectativas em relação à capital da Bélgica. Não se fala de Bruxelas com o mesmo encanto que se fala de cidades como Paris, Madri, Roma, certo? Além disso, é natural que se pense que o local escolhido para ser a capital administrativa da União Europeia seja cinza e burocrática como a própria instituição. <br />
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Por isso mesmo, Bruxelas se revelou uma encantadora surpresa. De um lado, as vantagens da cultura e língua francesas, com destaque para os charmosos bistrôs e a culinária espetacular. Do outro, o toque descontraído da cultura flamenga (que também é predominante na Holanda), o que faz os belgas serem consideravelmente mais relaxados e amigáveis que os franceses. <br />
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O resultado é uma cidade extremamente cultural e de <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Bruxelas/Arquitetura/">arquitetura interessantíssima</a>, com destaque para a maravilhosa <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Bruxelas/Grand%20Place/">Grand Place</a>. Um lugar vibrante, mas ao mesmo tempo acolhedor, onde o tradicional e o moderno se misturam. E onde a sisudez europeia é frequentemente quebrada com um elemento simpático como <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Bruxelas/Arte%20de%20rua/">arte de rua</a>.<br />
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Ok, ok. Nada disso te convenceu? Então só digo uma palavra pra você: <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Bruxelas/Chocolate/">Chocolate</a>.Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-22350694766547723292011-08-14T14:13:00.000+01:002011-08-14T14:13:49.225+01:00Que país é esse?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUZt5JRaezpbI0dcztgVGJ74ExVtr8EXNifWf0QYx415uOlbgLX9-1B08SQ9gowJ4n2vTXeo3EsLfIcroY_W2XJkSerORJ75wpJ_vUucQIhwYk6l3KMDQwZE4lTX7yvfC9Kb0r6m66Xlo/s1600/riot-in-tottenham-london-001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUZt5JRaezpbI0dcztgVGJ74ExVtr8EXNifWf0QYx415uOlbgLX9-1B08SQ9gowJ4n2vTXeo3EsLfIcroY_W2XJkSerORJ75wpJ_vUucQIhwYk6l3KMDQwZE4lTX7yvfC9Kb0r6m66Xlo/s320/riot-in-tottenham-london-001.jpg" width="320" /></a></div>Esse post foi um pedido da minha grande amiga recifense, <a href="http://dequesaofeitas.blogspot.com/">Taciana</a>. Muitos de vocês devem ter lido ou visto alguma coisa sobre o que aconteceu em Londres e em algumas outras cidades da Inglaterra nessa última semana. O que começou como um protesto pacífico contra a morte de um rapaz pela polícia, resultou em uma onda de saques e violência em vários pontos da cidade e do país. Na TV e nos jornais, nas ruas, nos trens, nas conversas de escritório, o tema central era um só: O que aconteceu? Como chegamos nesse ponto? E, principalmente, para onde vamos agora?<br />
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Pra mim, o mais assustador não é nem exatamente a violência, que na maior parte do tempo foi mais direcionada a lojas e prédios do que a pessoas. Não se justifica, e pessoas ficaram feridas de uma forma ou de outra, lógico. Mas o pior, o mais perturbador, foi ver a cara dos "manifestantes" nos jornais e na TV. Jovens. Muito jovens. Crianças, pra falar a verdade.<br />
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E daí os intelectuais de esquerda e os políticos linha-dura de direita apresentam as explicações simplistas. É coisa de imigrante, de gente preta, dizem uns. Ora, mas as imagens mostram claramente a participação de crianças de todas as raças! É falta de perspectiva e de emprego, dizem outros. Seria, sim, mas como vc explica o uso maciço de Blackberries e Iphones para articular as "manifestações"?<br />
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O triste é quando a explicação do Governo direitista é a que faz mais sentido: É falta de porrada, falta de disciplina. Onde estão os pais dessas crianças? Que tipo de coisas elas aprendem nas escolas?<br />
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Lembrando que esse foi o país que adotou a "Lei da Palmada", que tornou crime pais darem qualquer tipo de punição física aos filhos. Também é o país que dá milhões de benefícios aos pobres e, principalmente, às mães solteiras, a ponto de muitas acharem que nem precisam proporcionar uma figura paterna aos filhos. É o país que instituiu leis draconianas para impedir que crianças se machuquem, o que resultou, por exemplo, em escolas proibirem qualquer tipo de esportes nas suas quadras. E daí você pergunta, foi <i>esse</i> o resultado de tanta intervenção estatal?<br />
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No meio do turbilhão, alguns exemplos de heroísmo que merecem ser louvados. Os comerciantes turcos que enfrentaram os saqueadores e os colocaram pra correr. O pai que perdeu o filho, fazendo um apelo absolutamente equilibrado para que os jovens parassem com a violência. As comunidades que se organizaram para limpar o que restou das suas ruas, tendo como símbolo a vassoura e a xícara de chá equilibrada sobre o escudo da polícia de choque.<br />
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Daí você pensa que sim, nem tudo está perdido, ainda existe esperança no ser humano. Mas lembre-se bem disso, na próxima vez que for criticar o Brasil: Não existe país perfeito nesse mundo. <br />
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PS- Imagem tirada desse blog <a href="http://purpleblancmange.wordpress.com/2011/08/09/anarchy-in-the-uk-summer-2011/">aqui</a>.<br />
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Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-26257830904563891902011-07-09T22:01:00.000+01:002011-07-09T22:01:04.068+01:00Museus, museus, museus!Pense num assunto aleatório. Pode ser qualquer um, qualquer um mesmo. Pensou? Bem, é provável que em Londres exista um museu sobre isso!<br />
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Existe o museu de design, o museu de ciência, o museu sobre Freud, o museu da infância, o museu das guerras imperiais, o museu das guerras não-imperiais. O museu do Egito. O museu do tempo, em Greenwich. O museu do mundo, também chamado de British Museum. O museu da moda. O museu das pinturas grandiosas e também o museu dos retratos. E, pasmem! Até um museu sobre Londres mesmo. E, você pode apostar, todos ou pelo menos quase todos podem ser visitados gratuitamente.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCdfPBeC5FLNtyTYkfhwyQLhvn-bCK5epA21shubx0bEqzA38B5XxRFyKBeI5BlAsLe_4sKFYgBomg-wFr4_MQiLffy_iIrYg-hywL68HVt370Jryeed-IB4GvT9lGjBXJOuY8yP-u3f4/s1600/2011-06-25+14.56.23.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCdfPBeC5FLNtyTYkfhwyQLhvn-bCK5epA21shubx0bEqzA38B5XxRFyKBeI5BlAsLe_4sKFYgBomg-wFr4_MQiLffy_iIrYg-hywL68HVt370Jryeed-IB4GvT9lGjBXJOuY8yP-u3f4/s320/2011-06-25+14.56.23.jpg" width="320" /></a>A foto, meio mal tirada, é da fachada do Museu Geffrey, escondido nos rincões do East End londrino. Museu de história interessante; originalmente era um casarão construído por um ricaço, para servir de alojamento para famílias pobres, numa área que na época era basicamente uma favela. Com o tempo, e depois dos bombardeios dos nazistas, a área foi sendo modernizada, e hoje é um dos bairros mais "moderninhos" da cidade.<br />
<br />
E então o casarão de Sir Geffrey virou um museu de decoração de interiores. Parece esdrúxulo, eu sei, mas é fascinante. Você começa visitando uma sala-de-estar do século XVI e, aos poucos, descobre como os móveis, as texturas, as cores vão mudando ao longo dos séculos. Descobre que a cozinha costumava ser no subsolo, que os banheiros eram nos fundos da casa, e que o grande modismo no século XIX era ter tudo bem simples e austero, o que viria a ser o oposto na década de 1930. <br />
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Enfim, mais um dos excêntricos e adoráveis museus londrinos. E olha que eu nem gosto de decoração :-PChihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-10806799679247695262011-06-04T18:36:00.000+01:002011-06-04T18:36:45.263+01:00Dos prazeres da carne<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitov47e0ZCuDabTmwN4H2r8nTTCWBr5vWWoAvwExHCXy9KOqLj8ExjHqDb9o7ze0WBntYWZG7S-ELYQnpuPOQc3LSfNov4Ubm3DVnuH9e6q5reG0SENlrPYtMi7gyVjHL5C7SukSHiwoU/s1600/DSC09853.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitov47e0ZCuDabTmwN4H2r8nTTCWBr5vWWoAvwExHCXy9KOqLj8ExjHqDb9o7ze0WBntYWZG7S-ELYQnpuPOQc3LSfNov4Ubm3DVnuH9e6q5reG0SENlrPYtMi7gyVjHL5C7SukSHiwoU/s320/DSC09853.JPG" width="320" /></a>Uma das coisas que mais me chamaram a atenção quando cheguei ao Reino Unido foi a popularidade do vegetarianismo. Quase todos os restaurantes e cafés têm mais de uma opção vegetariana, as revistas de culinária sempre apresentam seções com várias receitas vegetarianas e, nos jornais e em certos círculos sociais, o lobby em favor do vegetarianismo é forte.<br />
<br />
Em primeiro lugar, quero deixar claro que falo de vegetarianismo — Se bem que algumas coisas podem ser aplicadas à sua vertente mais radical também, o veganismo.<br />
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Bem, quais são os argumentos em favor do vegetarianismo? O argumento da moda é a questão ecológica. Animais demandam espaço e recursos, e por causa disso o aumento da demanda no consumo de carne gera a devastação das florestas, principalmente a floresta Amazônica.<br />
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Ora, fico pensando o seguinte: Todos sabem que a carne e outros alimentos derivados de animais são uma grande fonte de proteína. E o corpo precisa de proteína. O problema é, a meu ver, o seguinte: Qual é a alternativa à carne e derivados? Soja e derivados. Só que a soja é tão nociva ao meio-ambiente e às florestas quanto a carne. Em primeiro lugar, porque se trata de uma monocultura. Em segundo, porque a soja também demanda espaço e recursos, e o aumento do cultivo também ameaça as florestas, inclusive a floresta Amazônica. Ou seja, se todo mundo virar vegetariano, as florestas serão devastadas do mesmo jeito.<br />
<br />
Fora que, ao contrário da carne, a produção de soja é concentrada em poucos países. Nesse sentido, a soja ainda demanda mais do meio ambiente porque precisa ser transportada através de continentes. Aliás, isso acontece também com certos tipos de frutas e legumes aqui na Europa, que são cultivados e demandam recursos em países tropicais, e ainda precisam ser empacotados e transportados pro outro lado do mundo. Seria muito mais ecológico comer a carne que é produzida no próprio país.<br />
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Outro argumento seria a questão da saúde. Vegetarianos seriam mais saudáveis que carnívoros. Será mesmo? Já vimos que substituir a proteína pode ser um problema. Além disso, dá pra ser vegetariano e ainda assim se empanturrar de chocolate, pão e massa. Uma coisa que eu aprendi lendo revistas culinárias é que receitas vegetarianas podem conter mais gordura do que as carnívoras. Já que legumes por si só podem não ter tanto sabor e nem sempre produzem a mesma sensação de saciedade, então a tendência é colocar um monte de queijo, óleo, sal, etc. Vegetarianismo por si só não garante que a alimentação seja variada e saudável.<br />
<br />
Não estou aqui condenando o vegetarianismo. Pessoas são diferentes e devem poder escolher a alimentação que melhor lhes convêm. O que penso é que as pessoas estão se focando na questão errada. O importante não é se você come carne ou não. É se você come bem, de forma balanceada e sem excessos. Lembrando que, quanto mais alimentos orgânicos e locais você comer, melhor pro meio ambiente. <br />
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Fica aqui o meu manifesto.<br />
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E você, o que acha do vegetarianismo?Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-4455066293869222212011-04-23T11:00:00.000+01:002011-04-23T11:03:48.131+01:00Afinal, pra que serve a família real?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifkSIciSKryXwLA15eYUUmpk60T6AmzdZ5UzqMMKGZ9qQ2_nLu8j5fSWpk_q8eWEqk0G0-RbEFtvR4iBm89Ld5sPKrmHV4E4kmJflSUPNM-vFXWVBRWYareMvefGmwHNAwkqq5SYfzkus/s1600/2011-04-12+08.20.52.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifkSIciSKryXwLA15eYUUmpk60T6AmzdZ5UzqMMKGZ9qQ2_nLu8j5fSWpk_q8eWEqk0G0-RbEFtvR4iBm89Ld5sPKrmHV4E4kmJflSUPNM-vFXWVBRWYareMvefGmwHNAwkqq5SYfzkus/s320/2011-04-12+08.20.52.jpg" width="240" /></a>Tá, eu confesso. Antes eu achava a família real britânica um charme. Esse negócio de ter reis, rainhas, príncipes, guarda imperial, aristocratas... Tudo tão pomposo e exótico que parece ter saído diretamente das páginas de um livro de história.<br />
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E sim, de vez em quando ainda acho bonitinho. Acho a Rainha Elizabeth II uma graça, principalmente quando mostra ser pé-no-chão e sem afetações. A história do pai dela, ao vencer a gagueira, foi formidável. William e Harry não são tão ruins também, pelo menos parecem ter algum senso de realidade.<br />
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Mas e o intragável do Charles? Será que a monarquia será tão popular quando ele for rei? E o seu irmão Andrew, envolvido em várias maracutaias pelo mundo afora? E a sua sobrinha Eugene, que gastou milhões dos cofres públicos só porque queria viajar pelo mundo e precisava de segurança 24h por dia?<br />
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Esse é o problema da família real. Se forem pessoas legais, ótimo. Mas, se não forem, o país tem que aceitar assim mesmo. E pagar pelas suas despesas, que não são poucas. E o que eles fazem, mesmo? Ah sim, atraem turistas. E participam de cerimônias.<br />
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Mas, será que vale a pena tanto gasto? Até que ponto é válido manter essa família só por apego à tradição? Lembrando que, enquanto isso, o povo está sofrendo porque vários empregos e serviços públicos estão sendo cortados sob a justificativa de que o país está sem dinheiro.<br />
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A verdade é que, vendo pelo lado de dentro, não acho mais a família real assim tão espetacular. E não, provavelmente não assistirei o casamento real, pois estou achando esse hype todo bem brega mesmo. É, acho que no final das contas não sou mesmo muito romântica :-P <br />
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PS- Não sei se dá pra ver direito, mas a foto mostra uma estátua do famoso Henrique VIII, o tal que rompeu com a Igreja Católica.Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-50548937982119538422011-03-21T20:21:00.000+00:002011-03-21T22:07:18.568+00:00É primavera...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghKRpEw1dpKdiCPrXTivq0yItXqHP8z7aQGqjPLr8Mg00y0wcWKnX4jc_Q7fEnYrnGUnN8DEUtGWhG2_0r8j4JbsvDGTtsOEk20sCRurZVlGK6hE2tT2Wp1LJFLVyF0200o-YqeQcpH_0/s1600/2011-03-04+15.06.07.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghKRpEw1dpKdiCPrXTivq0yItXqHP8z7aQGqjPLr8Mg00y0wcWKnX4jc_Q7fEnYrnGUnN8DEUtGWhG2_0r8j4JbsvDGTtsOEk20sCRurZVlGK6hE2tT2Wp1LJFLVyF0200o-YqeQcpH_0/s320/2011-03-04+15.06.07.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div>O dia de hoje, 21 de março, marca a chegada da primavera no hemisfério norte. E que chegada! Dia lindo, ensolarado, céu azul e temperatura agradável. O tipo de dia que te faz ter aquele impulso quase irresistível de jogar tudo pro alto e ir curtir a vida ao ar livre. Porque é isso que a primavera faz.<br />
<br />
O verdadeiro significado da primavera, contudo, vai mais além. Não se compreende a primavera, em toda a sua promessa de renascimento, em toda a sua expansão de felicidade, sem ter experimentado as agruras do inverno.<br />
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E que inverno esse último. Chegou mais cedo, em novembro, atropelando o belo outono das matizes douradas. Trouxe um dezembro que ganhou o título de mais frio desde 1890. Muita neve, muita escuridão, muita roupa pesada e vontade de não sair de casa. Porque é isso que o inverno faz. Tolhe os movimentos. Suga a energia. Verdadeiro teste de força e coragem, o inverno. <br />
<br />
Por isso, quando hoje caminhei pelas ruas ensolaradas, quando tirei o cachecol e o casaco e respirei o ar fresco e senti o calor do sol sobre a pele, me senti extremamente feliz.<br />
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Seja bem-vinda, primavera. Tenho te esperado há tanto tempo. E que todos nós sejamos felizes nesse novo ciclo que se inicia.<br />
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PS- No hemisfério sul o dia 21 de março marca a chegada do outono. Acho que se estivesse no Brasil estaria feliz também, pela promessa de um pouco de frio depois de um verão escaldante ;-)Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-63017906835195879432011-03-02T20:08:00.000+00:002011-03-02T20:22:02.103+00:00Ode à Natureza<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIFuryeVW8bRDjaKhbjLqyaYtKUO-TBdAf0pi4iEFZ9C3scaFDXRePEHxRvPfn_I8yoBpuOLhN2ZQN9SkY4jzTmCPkCvTNDlvam9m9ZZmzXeegt3v_1NYnXwY-kubwhtj7O4ICfYfe6fk/s1600/2011-02-16+11.08.45.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIFuryeVW8bRDjaKhbjLqyaYtKUO-TBdAf0pi4iEFZ9C3scaFDXRePEHxRvPfn_I8yoBpuOLhN2ZQN9SkY4jzTmCPkCvTNDlvam9m9ZZmzXeegt3v_1NYnXwY-kubwhtj7O4ICfYfe6fk/s320/2011-02-16+11.08.45.jpg" width="320" /></a></div>Quando eu morava no Brasil, detestava natureza. Sempre gostei da Chapada Diamantina e de cachoeiras, é verdade, assim como tenho muito boas lembranças das águas mornas do mar da Bahia. Mas, se fosse pra ir pra uma fazenda ou lugar com mais mato, que ninguém contasse comigo, pois sempre me vi e senti como um ser da cidade.<br />
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É verdade que a natureza do Brasil é assustadora. Cheia de animais que podem te matar. Cheia de mosquitos que podem te passar doenças. Fora o verde profundo e intimidador das matas tropicais, especialistas em reter umidade e calor. <br />
<br />
Ao viver no Reino Unido, contudo, desenvolvi uma relação mais amigável com a natureza. Talvez porque a natureza dos países temperados seja mesmo meiguinha, com as suas árvores de folhas delicadas, seus inúmeros tons de verde, e os esquilos e raposas e outros seres de contos de fada brincando nos gramados. Talvez por que a existência de quatro estações distintas traga consigo um certo compasso, um certo ritmo que impregna também a nós, seres humanos.<br />
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O fato é que volta e meia vou caminhar no parque, e a visão do verde me dá uma sensação de calma que eu antes julgava impossível. Não me sinto mais um peixe fora d'água ao deixar o ambiente urbano.<br />
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É, levou tempo, mas acho que a Natureza finalmente me conquistou.Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-56789886162472349162011-02-10T17:04:00.000+00:002011-02-10T17:04:22.032+00:00A Escócia, ainda.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDV06ccWsWjLrR9qh3pZC15Kss41gLDPLvyXb_rCTCEcXYpnVaBiJMafprLnJhfMENg7e6inW5WblFq87DAcRfYQ_uEy12nVjWrLHi602D3GMvgXvqAP9Z-9SsU58OHE-kof-79acnyZg/s1600/DSC00093.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDV06ccWsWjLrR9qh3pZC15Kss41gLDPLvyXb_rCTCEcXYpnVaBiJMafprLnJhfMENg7e6inW5WblFq87DAcRfYQ_uEy12nVjWrLHi602D3GMvgXvqAP9Z-9SsU58OHE-kof-79acnyZg/s320/DSC00093.JPG" width="320" /></a></div>Ganhei de presente de aniversário um tour pela Escócia. Pra vocês verem como é um país pequeno, deu pra praticamente ir de uma ponta a outra em um dia. Foi corrido, claro. E cansativo. Mas que lindo. Que linda, a Escócia.<br />
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Duas paisagens que me marcaram:<br />
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- As <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Escocia/Highlands/">Highlands</a>, as Terras Altas escocesas, que é como uma Chapada Diamantina com montanhas mais altas, só que sem pessoas ou cidades. Aliás, a beleza deserta foi o que mais me chamou a atenção; às vezes uma casa aqui ou ali, uma trilha para caminhadas, uma estação de trem abandonada, vestígios tão remotos que parecem pertencer à Antiguidade. Depois eu fiquei sabendo que no passado havia pessoas, milhões delas, que moravam nessas Terras Altas. Só que elas foram expulsas, pra dar lugar à criação de ovelhas. Sabe como é, na época, a lã era a principal matéria-prima da Revolução Industrial... E a essas pessoas, desprovidas da sua terra e do seu país, só restou imigrar pra cantos remotos do Império Britânico. Então o sangue dos Highlanders vive, nas veias dos que hoje se consideram americanos, canadenses, australianos, neozelandeses...<br />
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- O <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Escocia/Loch%20Ness/">Loch Ness</a>. Acho que todo mundo que tem mais de 25 anos deve lembrar daquele filme que passava direto na Sessão da Tarde. Pra ser sincera, foi mais por nostalgia desses boatos dos anos 80 que eu me interessei em ir até o norte da Escócia só pra conhecer o lago ("loch" é o nome escocês para "lago"). E como valeu a pena! E como não pensar, quando se olha para aquelas águas absolutamente negras, que elas não guardam algum segredo de tempos imemoriais? E como não ficar baratinado com a neblina, e com as margens cinzentas, e com a compridez do lago que parece que não acaba nunca? Isso sem falar na profundidade: Estima-se que a distância entre o fundo e a superfície seja mais alta que a torre Eiffel. Não, definitivamente não é surpresa que existam lendas de monstros naquele lugar. E quem sabe? Talvez não seja lenda mesmo...<br />
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Bem, meu relato sobre a Escócia termina aqui. Da próxima vez que escrever, é provável que eu volte a falar de Londres ;-)Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-63770967399730162442011-02-01T19:07:00.000+00:002011-02-01T19:07:05.389+00:00Como usar sua beleza para manipular pessoas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRpTfNutQDTDb1C6ru5OBMlBQsb2LgmptiBqsTVb3Y2p8HEnu_ZvpNu99kauNASwBAK5Lw9Z6JfXGZYtfeWjfCQ-NEJwV3sg1bBUPKfcfobQRxsRGsfESvCSLkO3EIZcOD-3Snrvx8uhA/s1600/2011-01-01+21.18.16.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRpTfNutQDTDb1C6ru5OBMlBQsb2LgmptiBqsTVb3Y2p8HEnu_ZvpNu99kauNASwBAK5Lw9Z6JfXGZYtfeWjfCQ-NEJwV3sg1bBUPKfcfobQRxsRGsfESvCSLkO3EIZcOD-3Snrvx8uhA/s320/2011-01-01+21.18.16.jpg" width="320" /></a></div>Ele é lindo, e sabe disso muito bem. Se aproxima de você com olhos enormes e passos leves. De repente, um pulo mais perfeito do que medalha de ouro em ginástica olímpica e pronto: Já era. Ele está no seu colo, ronronando, pedindo carinho. Dá umas voltinhas pra ver qual é a melhor posição, e espera pra ver se vc vai mesmo obedecer ao comando de afagar as orelhas. E aos poucos se acalma, primeiro abaixando as patas dianteiras, depois sentando num movimento elegante e suave. Se você estiver vestindo jeans, melhor, que dá pra alongar as garras. E assim ele fica, e ai de você se algo te distrair. Recebe um olhar majestoso e fuzilante, digno de um Luís XIV furioso.<br />
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Quando era mais nova, não tive oportunidade de ter animal de estimação, então hoje observo o comportamento dele com espanto e alegria, como se cada dia fosse um pequeno milagre. Esse post é uma homagem a esse poço de fofura e safadeza aí da foto. Ele se chama Anakin.Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-11682835964209372702011-01-26T17:21:00.000+00:002011-01-26T17:21:15.152+00:00Os fantasmas de Edimburgo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4YwB9Hl0Ny8gVtIFDvKTFzQ_zHaN5nyd4yglaDhj6Boz1DP71Xf_PPu5yEmSh2pfreMD58lhhhTErxkBFplLYqEixcT5LSOQAWtOJqwFVmffsSL5PRvy6EWcpdkCvA1xt6841nFe0pz0/s1600/DSC00189.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4YwB9Hl0Ny8gVtIFDvKTFzQ_zHaN5nyd4yglaDhj6Boz1DP71Xf_PPu5yEmSh2pfreMD58lhhhTErxkBFplLYqEixcT5LSOQAWtOJqwFVmffsSL5PRvy6EWcpdkCvA1xt6841nFe0pz0/s320/DSC00189.JPG" width="320" /></a></div>É verdade. A capital da Escócia ostenta o título de cidade mais mal-assombrada do mundo. E faz sentido, com tantos ilustres poetas, inventores, políticos e pensadores que nasceram ou viveram na cidade.<br />
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Mas, mais do que isso, Edimburgo é a capital de um país que perdeu o status de país. É uma metrópole impregnada pelas memórias implacáveis de muitos séculos, e parece transpirar uma saudade sombria, da história, do sangue, da fome e da luta.<br />
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Ao contrário de York, que é organizada, romântica e bonitinha, Edimburgo é gótica, escura, cheia de arestas. Foi apelidada de "Auld Reekie" nos seus tempos antigos, algo como "Véia Fedorenta", pelo fato de agregar mais de 1,5 milhão de pessoas em uma circunferência de 1 milha (1,6km) de diâmetro. Não apresenta a Idade Média das donzelas e cavaleiros heróicos, mas sim a história de um povo sofrido e aguerrido em meio a doenças e ameaças constantes vindas de Londres. E a criatividade, e o humor, desenvolvido por aqueles que realmente conhecem as adversidades da vida.<br />
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Hoje em dia, todas essas histórias e pessoas de outrora passeiam alegremente pelas belas e agradáveis ruas da Edimburgo atual. Estão ali, e se apresentam aos turistas em passeios guiados, em lojas de roupas, em igrejas e castelos. Estão ali, resguardando a cidade, fazendo-a ficar mais interessante, mais atraente, mais humana. Estão ali, e se fazem sentir, esses verdadeiros fantasminhas camaradas.<br />
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PS. Para mais fotos de Edimburgo, <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Edimburgo/?albumview=slideshow">clique aqui</a>.Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-46709003135888387242011-01-26T15:59:00.000+00:002011-01-26T15:59:57.495+00:00Uma nova janelaMais de um ano se passou.<br />
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Basicamente, 2010 foi o motivo pelo qual o blog ficou parado. 2010 foi um daqueles anos pesados, entupidos de coisas pra se pensar e pra fazer. 2010 trouxe coisas maravilhosas e péssimas, grandes sonhos e algumas repentinas frustrações. 2010 trouxe muita insegurança mas também muito, muito aprendizado.<br />
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Agora, sinto que estou pronta para recomeçar. Afinal, depois de tudo, 2010 foi o ano que me deu uma nova janela.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinqHkdgPI7l_9kAsTDPKXwaDidVjx1pHcEBJWY75OCuBbTuGQ7Ut83WdFtn7-DUH_oyRiTO0ri2Aey8tle2bL76dbjK_Mdy5SZaUS9psq5cSvI48EtY5KG5n9TG9aRXdL1vBnUsovUL-w/s1600/DSC09873.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinqHkdgPI7l_9kAsTDPKXwaDidVjx1pHcEBJWY75OCuBbTuGQ7Ut83WdFtn7-DUH_oyRiTO0ri2Aey8tle2bL76dbjK_Mdy5SZaUS9psq5cSvI48EtY5KG5n9TG9aRXdL1vBnUsovUL-w/s320/DSC09873.JPG" width="320" /></a></div>E seja bem-vindo, 2011.Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-46223949212647737562009-11-09T21:04:00.000+00:002009-11-09T21:38:30.952+00:00O leão asiático<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgIZTiUW3gFZby2QD_m1YOF46Up88zfxb2tdPDJrXVUYis445KZyIGjDZ_Nm1GJz7D7IP96Y-NTgQFfjScUXyUkcmgsGoLAv_-jga6T0BzBcWGncrlo-JgkEQ7xtfhcxo56x0kQyB2cCM/s1600-h/DSC00266.JPG"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgIZTiUW3gFZby2QD_m1YOF46Up88zfxb2tdPDJrXVUYis445KZyIGjDZ_Nm1GJz7D7IP96Y-NTgQFfjScUXyUkcmgsGoLAv_-jga6T0BzBcWGncrlo-JgkEQ7xtfhcxo56x0kQyB2cCM/s400/DSC00266.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5402221430270131602" border="0" /></a><br />Para finalizar a série sobre a Ásia, um pouco sobre Cingapura. Para quem ainda não relacionou o nome ao lugar, devo confessar que eu também tive que procurar no mapa. Trata-se de uma ilhota localizada no fim da península da Malásia, a apenas 1 grau ao norte da linha do Equador. Ou seja: É quente. Muito quente. E úmido. MUITO úmido.<br /><br />Pra quem acredita naquela baboseira de que não se pode ter desenvolvimento social e econômico em lugares de clima quente, taí o exemplo de Cingapura para desmentir. A cidade-estado, apesar de minúscula e sem muitos recursos naturais, soube se beneficiar do seu imenso e movimentadíssimo porto para se tornar um exemplo de organização e desenvolvimento.<br /><br />Seu <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Cingapura/Antigo%20cais/?albumview=slideshow">antigo cais</a>, que um dia já foi um lugar amontoado de depósitos sujos, se tornou uma avenida cheia de restaurantes e bares badalados. O antigo <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Cingapura/Distrito%20historico/?albumview=slideshow">centro histórico</a> foi impecavelmente restaurado. Sua população altamente multi-cultural, com destaque para a presença dos malaios, <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Cingapura/Chinatown/?albumview=slideshow">chineses</a> e indianos, consegue viver em relativa harmonia. Para coroar tudo, em 2006 foi construído o <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Cingapura/Cingapura%20Flyer/?albumview=slideshow">Singapore Flyer</a>, uma imensa roda-gigante com vista para toda a cidade. "É maior que a de Londres", eles dizem, orgulhosos.<br /><br />Desemprego, falta de moradia, violência urbana, sujeira nas ruas, nada disso existe em Cingapura. Obviamente, tudo isso tem um preço. Cingapura é uma ditadura, ainda que não das mais cruéis. O governo é o grande provedor, mas isso significa que as liberdades individuais são reduzidas. Coisas simples como jogar chiclete no chão geram uma multa de centenas de dólares, e todos, sem exceção, devem obedecer ao "sistema". Não é à toa que Cingapura é um exemplo do que chamam de "estado-babá".<br /><br />A cidade-estado, que tem o leão como seu símbolo, conquistou a independência política e econômica depois de séculos de dominação malaia, indonésia e, por último, do falecido Império Britânico. "Está tudo muito bem, mas pra onde ir agora?", eles se perguntam. Bem, mesmo se eles continuarem onde estão, ainda assim estarão na frente de muitos outros. E não é qualquer um que pode se dar a esse luxo.Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-55232250919637637822009-10-21T21:01:00.000+01:002009-10-21T22:54:51.147+01:00Milhões de turistas não podem estar errados<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuYCKAD1nhOzReoq-RFRQ8OJS3XpwxmoiGXRNZAw6hNUkmKuPUdyuNE6bAMxB7oqf4I0LUZU0o5CRwtZ69nmU-k7PCaQnEBoJxoAmTc6yt1eQpcUkNPVd70XWi064ONlMpiqBkNvjdbh0/s1600-h/DSC00161.JPG"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuYCKAD1nhOzReoq-RFRQ8OJS3XpwxmoiGXRNZAw6hNUkmKuPUdyuNE6bAMxB7oqf4I0LUZU0o5CRwtZ69nmU-k7PCaQnEBoJxoAmTc6yt1eQpcUkNPVd70XWi064ONlMpiqBkNvjdbh0/s400/DSC00161.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5395156016271882658" border="0" /></a><br />Quando eu tinha uns 13 anos, Bali estava na moda. Cigarros de Bali, tecidos de Bali, músicas falando de Bali. A ilhota indonésia ocupava o imaginário dos adolescentes que, como eu, frequentavam bastante a praia. Era como se Bali fosse o "verdadeiro" paraíso natural, um lugar exótico e quase místico, distante de tudo e de todos.<br /><br />E eis que, cerca de 15 anos depois (meu Deus, como estou velha :p), vejo do avião a costa balinesa se aproximando, com seu extenso quebra-mar que a protege das ondas selvagens. A primeira coisa que me vem à cabeça é que, em Salvador, o mar é mais verde e o céu, de um azul mais escuro. E a segunda: Tudo bem. Mar e céu de um azul cristalino também fazem o meu tipo.<br /><br />Obviamente, Bali é um dos destinos turísticos mais conhecidos do mundo. Por isso mesmo, é muito mais rica, limpa e organizada do que Yogyakarta. E eles estão em toda parte, e não são só holandeses: australianos, alemães, canadenses, ingleses, dentre outros, todos tentando tostar a pele e parecer à vontade nesse pedacinho de paraíso tropical.<br /><br />Então vamos em rumo à cidade que é considerada a "verdadeira" Bali: <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Indonesia/Bali/Ubud/cidade/?albumview=slideshow">Ubud</a>, que fica no centro da ilha, no meio das montanhas. A cidade, que é uma gracinha, também é bastante turística, apenas é focada mais na parte religiosa e cultural — Os balineses, apesar de fazerem parte de um país muçulmano, ainda preservam a sua religião hindu.<br /><br />Atrações em Ubud não faltam. A principal delas é a <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Indonesia/Bali/Ubud/Floresta%20dos%20macacos/?albumview=slideshow">Floresta dos Macacos</a>, um santuário ecológico onde vive uma espécie típica do sudeste asiático, chamada em português de Macaco-caranguejeiro. A floresta é relativamente pequena, mas apresenta templos e um cemitério hindu muito interessante. E bem, os macacos, bem-acostumados com os turistas, são um espetáculo à parte.<br /><br />Mais para o centro da cidade, visitamos um belíssimo jardim de <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Indonesia/Bali/Ubud/jardim%20de%20lotus/?albumview=slideshow">flores de lótus</a>, seguindo depois em direção à extensa <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Indonesia/Bali/Ubud/Arrozal/?albumview=slideshow">plantação de arroz</a> que fica mais ao norte da cidade. Caminhada cansativa, mas que valeu a pena: a delicada engenharia de camadas desenhadas nas colinas, o múrmurio do vento por entre o verde-vivo da plantação, os pequenos templos envoltos em vastidão e camponeses com expressões cansadas, porém tranquilas. E então, eu pensei: Essa sim deve ser a verdadeira Bali.<br /><br />E voltamos ao hotel, na praia de Sanur, acordando no dia seguinte de madrugada para reverenciar o <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Indonesia/Bali/Sanur/?albumview=slideshow">nascer do sol</a>. E depois o mergulho no mar, nas águas rasas, mornas e cristalinas do Oceano Indico. "Bali é super-lotada. É difícil achar um lugar nessa ilha que não tenha turistas", alguém me falou. Mas, confessa, vai. Não é tão ruim assim ;PChihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-11958016457107133902009-10-07T13:54:00.000+01:002009-10-07T15:06:06.287+01:00Mais perto dos Deuses<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMe957J-8EJhgfvGPmjX5dYssOFC7VDhldnMDSH2NO_f7P-k1Z55qOFukXJZbX0DnIT4Sa21JgtmFzJ9r2i0CiVj8UKSyJHIIiThuCvD_8tVAdPx1j1k292BqmMl2h7d_Wzkr0c6kC4go/s1600-h/DSC09956.JPG"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMe957J-8EJhgfvGPmjX5dYssOFC7VDhldnMDSH2NO_f7P-k1Z55qOFukXJZbX0DnIT4Sa21JgtmFzJ9r2i0CiVj8UKSyJHIIiThuCvD_8tVAdPx1j1k292BqmMl2h7d_Wzkr0c6kC4go/s400/DSC09956.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5389856242293826178" border="0" /></a><br />A idéia é genialmente simples. Você começa no solo, no nível mais básico dos desejos e prazeres mundanos, mas ao longo da caminhada descobre a necessidade de refinamento espiritual, e segue um caminho em espiral em direção ao topo, conhecendo e se reconhecendo nas narrativas de pessoas com as mesmas experiências que você. E então, quando chega no topo, já está pronto(a) para se dissolver no mundo sem formas da imensidão do céu azul. E então, dizem eles, você atinge o Nirvana.<br /><br />Esse é o caminho natural da vida segundo os antigos budistas javaneses. E <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Indonesia/Borobudur/?albumview=slideshow">Borobudur</a>, o fantástico templo construído no século VIII d.C, é uma transcrição arquitetônica rigorosa desses preceitos. Situado num vale rodeado de (adivinhe!) vulcões, a cerca de 1 hora de Yogyakarta, é reconhecido como um patrimônio cultural da humanidade, além de ser o maior monumento do Hemisfério Sul.<br /><br />Mas, no século VIII, as coisas eram um tantinho complicadas. Não eram só os budistas que clamavam o domínio da ilha; os hindus também estavam doidos para demarcarem terreno, e foi aí que <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Indonesia/Prambanan/?albumview=slideshow">Prambanan</a>, outro patrimônio cultural da humanidade, foi erguido. Também a cerca de uma hora de Yogyakarta (mas em direção oposta a Borobudur), dessa vez em um considerável terreno plano, que acabou dando lugar também a outros templos menores e alguns, vejam só, são budistas.<br /><br />Mas voltando a Prambanam: ao invés de um único grande templo, os hindus construíram um complexo intrincado, cujos três principais templos são dedicados às três maiores divindades da religião: Brahma (aquele que cria), Vishnu (aquele que mantém) e Shiva (aquele que destrói). Cada templo recebeu inscrições e estátuas relacionadas aos mitos de cada deus, incluindo grande estátuas dos animais utilizados por eles para transporte. Assim, Brahma possuía o cisne Hamsa, Shiva utilizava a grande águia chamada Garuda e Vishnu, o boi Nandi, o único cuja estátua sobreviveu.<br /><br />Assim como Borobudur, trata-se de um conjunto arquitetônico incrível, ainda que uma parte tenha sido destruída por um terremoto em 2006.<br /><br />De qualquer forma, o que ficou registrado foi o incrível legado dos dois grandes reinos, que um dia utilizaram todos os recursos que tinham para consolidar sua posição sobre o solo instável de uma ilhota ensolarada chamada Java.<br /><br />E assim seguimos para Bali...Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-5847603932898081422009-09-30T10:24:00.000+01:002009-09-30T11:30:15.234+01:00Aprendendo javanês<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguj6yGEMJaRbfiKG5rP0WIgCbI_1KZ782cfj-OBEUzJ1Zg1EJ8MOJS-_B_p9YP4ojTA7abyWEF5jcy4PKTExk6sSQrnhFSmGLmlGmuXbxPXNHRytoEg_k9c9DvTi1gNKEPrvtMcFKX01I/s1600-h/DSC09855.JPG"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguj6yGEMJaRbfiKG5rP0WIgCbI_1KZ782cfj-OBEUzJ1Zg1EJ8MOJS-_B_p9YP4ojTA7abyWEF5jcy4PKTExk6sSQrnhFSmGLmlGmuXbxPXNHRytoEg_k9c9DvTi1gNKEPrvtMcFKX01I/s400/DSC09855.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5387205665641171826" border="0" /></a><br />Dá pra vê-los do avião. Gigantescos, cercados por brumas, com o topo aberto num círculo escarpado, do qual línguas de fogo podem sair e lamber as cidades a qualquer momento. Um, dois, três vulcões, você vai contando, enquanto se prepara para pisar nesse solo que regurgita, e a qualquer momento pode se abrir sob os seus pés. Terrinha instável, essa ilha de Java.<br /><br />E a terra realmente tremeu, mas foi só um pouquinho. "Não se preocupe", disse a simpática moça do hotel, "É porque teve um terremoto na semana passada. É normal". Jovem, alegre e sorridente, com o seu véu islâmico. Lá fora, uma voz masculina metálica repete cânticos cifrados. "<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ramad%C3%A3o">É Ramadã</a>", ela explica. Então, pelo menos cinco vezes ao dia, a voz sai dos alto falantes, dizendo aos fiéis que Alá espera pelas suas preces. Terrinha estranha, essa ilha de Java. Muçulmanos, sim, mas sem a sisudez dos países do Oriente Médio.<br /><br />Yogyakarta fica quase no centro da ilha. Não é, nem de longe, uma metrópole gigantesca como a capital Jakarta, mas ainda assim aparenta ser super-populosa. Boa parte das ruas são sujas, mal-iluminadas, poluídas e empoeiradas, com sua míriade de motocicletas a fazerem uma sinfonia infernal. Sob a postura humilde e sorridente dos nativos, o indisfarçável desespero pelos dólares no bolso do turista. É que dinheiro e conforto são materiais escassos, muito escassos, por essas bandas.<br /><br />A maioria dos turistas vêm da Holanda, o antigo colonizador. Vêm porque sabem da importância política e cultural de Yogya (ou Jogja, como eles chamam). A cidade se originou numa cidadela fortificada, chamada Kraton, cujo <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Indonesia/Yogyakarta/Sultan%20Palace/?albumview=slideshow">palácio</a> original é usado até hoje como uma das principais residências do Sultão. Dentro dos limites da muralha branca, os súditos fazem o possível para ganhar o pão: há um famoso mercado de aves, várias fábricas de tecidos tradicionais (chamados de batik) e também <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Indonesia/Yogyakarta/marionetes/?albumview=slideshow">fábricas de marionetes</a>, talvez a manifestação cultural mais expressiva da ilha de Java. Um pouco ao norte do Kraton, há o museu <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/Indonesia/Yogyakarta/Museu%20Sonobudoyo/?albumview=slideshow">Sonobudoyo</a>, uma celebração das heranças hindu e budista da ilha.<br /><br />"É incrível como eles conseguiram preservar todas essas esculturas", diz N. Sim, é incrível, pois o islamismo proíbe o culto a ídolos e, outros países, fez questão de apagar os traços de outras religiões. Mas os indonésios, com seu sorriso largo, seu jeito prestativo, parecem estar de bem com o seu passado, assim como não demonstram ressentimento pela sua pobreza. Talvez porque, quando se tem que conviver com vulcões e terremotos o tempo todo, o resto vira fichinha...Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6521327251987772201.post-68803296346351452772009-05-27T16:20:00.000+01:002009-05-27T16:58:24.477+01:00Old York, old York<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1zzqr2AQu2HMigs3NbgInxn38DfwBsfo-QK0d_Ck5kVcwpTuWjT1XMEOBp42eYy4ZwSO-xGNQ6TmCADfihG0CEwLGJqbTfrzl_kS9yoKWrWVBp6d842LY6Q-hlzIxMqy8Ywakz-g1TSw/s1600-h/DSC09367.JPG"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1zzqr2AQu2HMigs3NbgInxn38DfwBsfo-QK0d_Ck5kVcwpTuWjT1XMEOBp42eYy4ZwSO-xGNQ6TmCADfihG0CEwLGJqbTfrzl_kS9yoKWrWVBp6d842LY6Q-hlzIxMqy8Ywakz-g1TSw/s400/DSC09367.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5340533416209832386" border="0" /></a><br />A Inglaterra é um país antigo. E York é uma cidade mais antiga ainda. Foi fundada pelos <a href="http://i498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/York/DSC09381.jpg">romanos</a>, em 71 DC. Depois passou pelas mãos dos Vikings, Anglo-Saxões e dos Normandos. Depois que tudo isso junto virou o que hoje chamamos de Inglaterra, York se tornou uma das fortalezas medievais mais poderosas e impenetráveis do país. A Casa de York era tão forte, mas tão forte, que entrou em guerra para tomar o poder e governar tudo. Esse episódio entrou para a história inglesa sob o nome de Guerra das Rosas (1453-1487).<br /><br />Então York é isso: <a href="http://i498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/York/DSC09366.jpg">muros</a> medievais, <a href="http://i498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/York/DSC09369.jpg">brasões</a>, <a href="http://i498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/York/DSC09424.jpg">torres</a> de pedra, ruas com <a href="http://i498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/York/DSC09414.jpg">nomes</a> arcaicos e suas <a href="http://i498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/York/DSC09410.jpg">casas</a> de tijolos vermelhos. E, claro, <a href="http://i498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/York/DSC09378.jpg">York Minster</a>, a belíssima catedral gótica que pode ser vista de onde quer que se vá na cidade. A impressão que se tem, olhando para esse cenário, é de estar na Inglaterra do Rei Arthur, e que a qualquer momento irão aparecer soldados de armadura partindo para as Cruzadas.<br /><br />No entanto, nada poderia estar mais longe da York atual do que clima de guerra. O que se tem no centro da cidade são uma infinidade de casas de chá e lojinhas charmosas, jardins, cafés, pubs tradicionais, áreas verdes... É uma cidade calma e ao mesmo tempo vibrante, e passeando despreocupadamente por aquelas ruas milenares e aconchegantes, é impossível não pensar na ironia do destino: A velha York é basicamente o oposto de Nova York, a cidade que foi batizada em sua homenagem no outro lado do Atlântico.<br /><br />PS- Para ver todas as fotos de York, clique <a href="http://s498.photobucket.com/albums/rr346/chihirotales/York/">aqui</a>.Chihirohttp://www.blogger.com/profile/05921956668976818630noreply@blogger.com6