quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Mais perto dos Deuses


A idéia é genialmente simples. Você começa no solo, no nível mais básico dos desejos e prazeres mundanos, mas ao longo da caminhada descobre a necessidade de refinamento espiritual, e segue um caminho em espiral em direção ao topo, conhecendo e se reconhecendo nas narrativas de pessoas com as mesmas experiências que você. E então, quando chega no topo, já está pronto(a) para se dissolver no mundo sem formas da imensidão do céu azul. E então, dizem eles, você atinge o Nirvana.

Esse é o caminho natural da vida segundo os antigos budistas javaneses. E Borobudur, o fantástico templo construído no século VIII d.C, é uma transcrição arquitetônica rigorosa desses preceitos. Situado num vale rodeado de (adivinhe!) vulcões, a cerca de 1 hora de Yogyakarta, é reconhecido como um patrimônio cultural da humanidade, além de ser o maior monumento do Hemisfério Sul.

Mas, no século VIII, as coisas eram um tantinho complicadas. Não eram só os budistas que clamavam o domínio da ilha; os hindus também estavam doidos para demarcarem terreno, e foi aí que Prambanan, outro patrimônio cultural da humanidade, foi erguido. Também a cerca de uma hora de Yogyakarta (mas em direção oposta a Borobudur), dessa vez em um considerável terreno plano, que acabou dando lugar também a outros templos menores e alguns, vejam só, são budistas.

Mas voltando a Prambanam: ao invés de um único grande templo, os hindus construíram um complexo intrincado, cujos três principais templos são dedicados às três maiores divindades da religião: Brahma (aquele que cria), Vishnu (aquele que mantém) e Shiva (aquele que destrói). Cada templo recebeu inscrições e estátuas relacionadas aos mitos de cada deus, incluindo grande estátuas dos animais utilizados por eles para transporte. Assim, Brahma possuía o cisne Hamsa, Shiva utilizava a grande águia chamada Garuda e Vishnu, o boi Nandi, o único cuja estátua sobreviveu.

Assim como Borobudur, trata-se de um conjunto arquitetônico incrível, ainda que uma parte tenha sido destruída por um terremoto em 2006.

De qualquer forma, o que ficou registrado foi o incrível legado dos dois grandes reinos, que um dia utilizaram todos os recursos que tinham para consolidar sua posição sobre o solo instável de uma ilhota ensolarada chamada Java.

E assim seguimos para Bali...

4 comentários:

Gilson disse...

Realmente sua viagem foi bem legal. Estou feliz que tenha gostado e aproveitado. Ainda bem que saiu do oriente asiatico antes que os desatres naturais começassem. Bem... tudo de bom para você.

Saudades e bjs.

Analu. disse...

Amiiiga, eu tava com o coração apértado com esses acidentes todos por aquelas bandas de lá do mundo. Mas ainda bem q vc tá bem, conheceu esses lugares lindos e mto interessantes, cheio de história e cultura. Obrigada por dividir conosco. Bjooos

Lôra disse...

caramba!!
que descrições maravilhosas, Liu. Me senti ao seu lado, vendo tudo isso.
Lindo!
amei
beijos
fica com Deus

Melissa disse...

Olá, sou uma desconhecida tanto no seu mundo real quanto no virtual.
Quem me deu o seu blog foi Nice, da Assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça da Bahia.
Estou estagiando lá e namorei com um menino que morou um tempo em Brighton e em Londres.
Por saber que gosto muito da cultura britânica e por fazer curso de inglês britânico ela me passou seu blog, tecendo incontáveis elogios tanto a você quanto ao seu blog.
Curiosa, vim conferir e, confesso, não me decepcionei, nem em relação ao seu texto (muito elogiado e realmente muito bom) quanto ao conteúdo. Inclusive comentei com Nice que adorei o seu cantinho.
Muito legal a sua iniciativa e muito criativa a sua idéia.
Já li todos os seus posts e virei fã das suas novidades.
Desejo muito sucesso na sua viagem e, assim como seus amigos e familiares, aguardo ansiosamente por notícias das suas aventuras.
Parabéns e nós, seus leitores, estamos ávidos por suas novidades.
Sucesso!
Um abraço.