segunda-feira, 21 de março de 2011

É primavera...

O dia de hoje, 21 de março, marca a chegada da primavera no hemisfério norte. E que chegada! Dia lindo, ensolarado, céu azul e temperatura agradável. O tipo de dia que te faz ter aquele impulso quase irresistível de jogar tudo pro alto e ir curtir a vida ao ar livre. Porque é isso que a primavera faz.

O verdadeiro significado da primavera, contudo, vai mais além. Não se compreende a primavera, em toda a sua promessa de renascimento, em toda a sua expansão de felicidade, sem ter experimentado as agruras do inverno.

E que inverno esse último. Chegou mais cedo, em novembro, atropelando o belo outono das matizes douradas. Trouxe um dezembro que ganhou o título de mais frio desde 1890. Muita neve, muita escuridão, muita roupa pesada e vontade de não sair de casa. Porque é isso que o inverno faz. Tolhe os movimentos. Suga a energia. Verdadeiro teste de força e coragem, o inverno.

Por isso, quando hoje caminhei pelas ruas ensolaradas, quando tirei o cachecol e o casaco e respirei o ar fresco e senti o calor do sol sobre a pele, me senti extremamente feliz.

Seja bem-vinda, primavera. Tenho te esperado há tanto tempo. E que todos nós sejamos felizes nesse novo ciclo que se inicia.

PS- No hemisfério sul o dia 21 de março marca a chegada do outono. Acho que se estivesse no Brasil estaria feliz também, pela promessa de um pouco de frio depois de um verão escaldante ;-)

quarta-feira, 2 de março de 2011

Ode à Natureza

Quando eu morava no Brasil, detestava natureza. Sempre gostei da Chapada Diamantina e de cachoeiras, é verdade, assim como tenho muito boas lembranças das águas mornas do mar da Bahia. Mas, se fosse pra ir pra uma fazenda ou lugar com mais mato, que ninguém contasse comigo, pois sempre me vi e senti como um ser da cidade.

É verdade que a natureza do Brasil é assustadora. Cheia de animais que podem te matar. Cheia de mosquitos que podem te passar doenças. Fora o verde profundo e intimidador das matas tropicais, especialistas em reter umidade e calor.

Ao viver no Reino Unido, contudo, desenvolvi uma relação mais amigável com a natureza. Talvez porque a natureza dos países temperados seja mesmo meiguinha, com as suas árvores de folhas delicadas, seus inúmeros tons de verde, e os esquilos e raposas e outros seres de contos de fada brincando nos gramados. Talvez por que a existência de quatro estações distintas traga consigo um certo compasso, um certo ritmo que impregna também a nós, seres humanos.

O fato é que volta e meia vou caminhar no parque, e a visão do verde me dá uma sensação de calma que eu antes julgava impossível. Não me sinto mais um peixe fora d'água ao deixar o ambiente urbano.

É, levou tempo, mas acho que a Natureza finalmente me conquistou.