Na escola, a minha matéria preferida era história. E, dentre os tópicos de história, o meu preferido sempre foi a Primeira Guerra Mundial. A que mudou tudo. A que industrializou a guerra. A que acabou com a época da inocência, a "belle epoque".
Lembro-me de, na infância, ficar intrigada pelos desdobramentos que resultaram na deflagração da Primeira Guerra. O assassinato do Arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do Império Austro-Húngaro. Um império imenso, pulsando no coração da Europa, juntando etnias extremamente díspares sob o domínio da mais tradicional e influente das famílias reais, os Habsburgos.
Lembro-me de, criança, deitada na cama, olhando o teto e imaginando a capital desse império perdido, no seu auge no século XIX. Dentre neve, prédios imponentes, museus, óperas, casacos de pele e o som da valsa, a rodopiar, a rodopiar...
Viena já foi o centro do mundo. Foi lá que os grandes poderes juntaram os cacos resultantes das guerras napoleônicas. Foi lá que o destino e o mapa da África foram traçados. E foi lá, na mesma Convenção em 1815, que Portugal deu-se conta de que tinha perdido a voz e a vez como um dos grandes poderes coloniais. A independência do Brasil foi consequência.
Tudo isso pra dizer que conheci, e não conheci, Viena. Estive lá, e sim, fiquei maravilhada com arquitetura imponente, a elegância das suas ruas, a riqueza de detalhes e de história em cada esquina, em cada museu. Fiquei maravilhada com os tradicionais cafés, os doces vienenses, e a linda iluminação noturna.
Mas o tempo todo, senti-me como se Viena me escapasse. Tão majestosa, impregnada de cultura, e o tempo curto da viagem escorrendo-me pelos dedos. Queria ver muito mais, queria experimentar muito mais, desvendar-lhe muito mais mistérios e histórias. Por isso, apesar de muito feliz, também me senti muito frustrada.
Viena, isso não fica assim. Definitivamente, definitivamente, nos veremos de novo.
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