domingo, 7 de dezembro de 2008

O sol... O sol? O sol!


Um dia desses eu saí de casa e estava fazendo sol. Caro leitor, se você não morar e nem nunca tiver morado nessa estranha ilhota chamada Grã-Bretanha, não saberá o que isso significa e nem entenderá o que eu senti naquela hora. Fazia o quê... Dias? Semanas? Desde que eu tinha visto o sol pela última vez.

Antes de vir para cá eu achava curioso o fato de os britânicos serem tão obcecados com o clima. E, chegando aqui, percebi que o que aparece nos livros e filmes é verdade: qualquer conversação entre britânicos acabará, inevitalvelmente, chegando nesse assunto. Existem lugares muito mais frios e com certeza existem lugares bem mais quentes. Em termos de temperatura, o clima da Grã-Bretanha é, digamos, relativamente ameno. Então, por que tanta reclamação?

A questão é a onipresença do trifásico básico na vida dos habitantes da ilha: céu nublado, vento e chuva. Não aquela chuva torrencial dos países tropicais, mas uma chuva fininha e irritante que parece entrar nos seus ossos aos poucos. E um vento cortante, gelado, que faz você se sentir como se suas orelhas tivessem virado pedaços de picolé. E o céu, ah o céu... Não se trata de uma simples cor quando se olha para cima, mas de toda uma luminosidade que impregna tudo de cinza.

E então, como um milagre da natureza, aparece o sol. E você se sente como se um peso tivesse sido tirado das suas costas. E lembra que sim, o mundo é belo e a vida vale a pena a ser vivida. E que toda a sua depressão anterior era causada por ele, o clima. E então começa a entender por que os britânicos ficam parecendo crianças quando estão debaixo do sol, e querem receber todos os raios de luz possíveis (qualquer que seja a intensidade), mesmo que isso signifique passar dos limites e tostar suas peles brancas.

Por isso, caro leitor, da próxima vez em que você olhar pela janela e o dia estiver ensolarado, pense em mim e em todos os moradores dessa ilha e sorria. Pois, acredite em mim, tudo parece muito pior quando não se tem luz.

PS- Vocês perceberão que a resolução desta foto é menor do que a das fotos postadas anteriormente. É que esta foi tirada com a câmera do celular. Eu sabia que não havia tempo hábil de ir em casa e pegar a câmera, pois quando eu voltasse o sol já teria se escondido. E sim, isso aconteceu de fato. :P

15 comentários:

Marcia & Tim disse...

Oi Liu, fico impressionada como voce escreve bem!!! Eu me vi nesse texto do sol, hoje ta um dia lindo e como os britanicos acho um desperdicio ficar dentro de casa, se tivesse em Salvador nem daria tanto valor... um beijao!

Anônimo disse...

Hahahahaha!! Eu bem sei o que é isso!! ^^

Uma vez eu passei aproximadamente 2 meses (sem exagero) sem ver o Sol. Na verdade, depois de umas duas semanas sem o ver, já ficamos tentando imaginar como era mesmo... dá até um aperto no coração. E quando finalmente ele volta, é uma grande alegria!!

Damos mais valor as coisas depois que a perdemos.

É por isso que eu digo que só conhecemos uma coisa quando a deixamos de ter. Assim como só conhecemos o Brasil quando vamos morar no exterior... longe dele. E aí, vamos dar ainda mais valor ao nosso país, assim como agora damos mais valor ao Sol.

Beijos Livia. =]

Anônimo disse...

adorei! O sol realmente e importante para nos mesmo :) We are really obsessed for exactly those reasons and it's nice to know you realse why:) Thanks!

Unknown disse...

Nós que moramos na cidade do sol, preocupamo-nos em morar em casas e apartamentos que não recebam o sol poente (e até pagamos prêmio por isso), vivemos climatizados e em certos momentos, fazemos do vídeo da TV ou computador o nosso referencial de luz diário, esquecemos do seu papel central na vida da humanidade. Da Austrália ao Perú, passando pela mãe África, navegantes europeus e chegando ao sertão do Brasil,como o Deus Tupã, o Sol é central na vida das pessoas, a bateria que carrega o nosso Sol interior e que nos dá forças para seguir o seu caminho: O caminho do Sol, o nosso caminho.
Beijo,

Anônimo disse...

MMmmm..." Here comes the sun" Até os Beatles cantavam ao nosso astro-rei. E imagino você, que morava na Bahia, sol constante, como deve fazer falta, né?
E muita gente comenta a questão da chuva=deprê. Os britânicos são realmente tão tristonhos? O clima não contribui, é fato, então, me pergunto, o que a maioria faz para se animar? Enche a cara nos pubs? =D Sério, Liv, qual é a melhor 'terapia inglesa da diversão'? A preferida? Bjooos amiga e post maravilhoso. Ah, a propósito, tem novo lá no blogs tmb. Passsa lá depois ^^

Taciana disse...

"the smiles returning to the faces..." Nunca compreendi tão bem essa música como agora.

ian disse...

Prima, adoro seus textos, mas está difícil manter a leitura com o site assim negativado. O olho descansa nesse fundo preto e sempre que termino de ler fico vendo as linhas brancas que viram pretas na tela ou na parede ou na tv... Acho desconfortável, apesar de lindo e nublado como Londres. Faz uma pesquisa aí e vê se sou só eu. Para leitura nada melhor que letra preta com fundo branco... :))))

Ted Simões disse...

é, eu ia comentar isso que alguém comentou:
"here comes the sun and I say: it's alright!"

Anônimo disse...

Muito bom, Binha! Eu gosto do cinza também. Salvador as vezes irrita com tanta luz. Nos damos até ao luxo de rejeitá-lo e reclamar do poente.Eu sou uma dessas pessoas agora que o sol sem dó nem piedade invade a casa a tarde toda sem pedi licença e trazendo com ele o calor infernal.É uma demonstração de poder e ele pode.De todo modo,o mundo ideal seria a luminosidade daqui com a temperatura daí.Para mim, seria perfeito. Beijos.

Unknown disse...

Liu! Linda a sua descrição acerca do cinza, do frio, da chuva... e, finalmente, do sol, que nos anima aqui mais próximo da linha do Equador e, de tanto e tão constantemente, já não mais percebemos que este é motivo de um bem-estar, digamos, implícito por aqui... Adoro o sol! Beijão cheio do calor destas bandas de cá!

Jorge Falcão disse...

Eu sou do time de Eliana, a de Salvador, às voltas com um sol intenso, causticante, fritante, quase obsceno. Moro numa cidade (Natal-RN) que se auto-denomina "A noiva do sol". Mais que noiva, deve ser uma amante obsessiva, ninfa ninfomaníaca que não abre mão do sol a não ser 60 dias por ano (!!!) segundo panfletos turísticos. "Vem morar em Londres, e verás o que é bom para tosse", dirão alguns de vocês. Se pudesse, criaria um comunidade orkut de "neurastênicos que não aguentam mais esse sol fritando seus/nossos miolos" em cooperação humanitária e intercâmbio turístico com "depressivos que se jogarão no Tâmisa se amanhã chuviscar de novo". Virtus in media, diriam os romanos antigos. De minha parte, e sem querer matar ninguém de inveja e nem parecer pernóstico (sou somente do primeiro time-orkut acima), vivo sonhando com uma chuvinha fria (ah, o uísque...), e enquanto isso, suplico por um par de óculos escuros, ar-condicionado no último ponto, protetor solar para não morrer de câncer e a chegada da noite - ah, a noite dos trópicos, essa sim, como diria qualquer vampiro!

Jinja disse...

Confesso que não gosto de sol... Pra se ter uma idéia, nem lembro a última vez que fui a praia XD
Certo, certo, Liv-chan. Acho que tentarei olhar o sol com bons olhos a partir de agora :D

=**

Anônimo disse...

Ai, Liu..... eu fico triste e de mau-humor quando o dia está assim aqui em Salvador. E, depois desse seu relato, concluí que nunca poderei morar em Londres! Ihihih. Deus me livre de tempo nublado o tampo todo!
POde deixar que toda vez que rolar um sol maravilhoso acompanhado daquele calor infernal, nem vou reclamar! Pensarei que estou reclamando de barriga cheia!
Sim.... a foto está lindíssima!
Mesmo de celular, deu para ver que o dia estava lindo!
Muitos beijos
Fica com Deus
Te amo muito

Gilson disse...

Olha o sol!!! \o/

Anônimo disse...

Querida amiga,
Sei bem o que está passando!!!
O clima, por mais que às vezes a gente não perceba, é uma grande influência no nosso humor. É fantástico quando o sol aparece, e é como se tudo fosse mais fácil, bonito e prazeroso. Qual a baiana que não gosta de sentir aquele calor aconchegante na pele? Sem falar na chuva, que por aqui é até desculpa pra chegar atrasado, ou faltar compromissos. Mas o bom é que de vez em quando ele aparece, e faz a alegria da gente (diferente de sempre tê-lo, e não dar valor!).
Estou adorando seu blog, super bem escrito, e um ótimo entretenimento pra mim!!! (Só me faz pensar duas vezes se eu quero mesmo voltar pra essa terra esquisita, mas de uma beleza e história incríveis).
Saudades imensas de congelar as orelhas com vc! Beijo grande!